Por Ana Paula Botto Nitrini Batista

Apesar de Peter Pan ser um personagem amplamente conhecido, eu nunca havia explorado a fundo sua história - até agora. Terminei a leitura em voz alta para Julia, um ritual que seguimos em nossos breves cafés da manhã às 6h30. Descobri um texto profundo e reflexivo sobre nós mesmos, especialmente enquanto adultos. Perder o coração leve, a inocência e a alegria parece inevitável à medida que amadurecemos. Em Peter Pan, fantasia e realidade se entrelaçam; o sonho e a verdade se confundem. No fundo, cada personagem deseja voltar a ser criança, carregado de afeto, cuidado, eternamente sob o olhar materno. Essa alegria perdida ainda é uma necessidade em cada adulto.
Para uma criança “que ainda é criança”, nuances e detalhes mais profundos podem passar despercebidos, mas a história encanta a todos, com batalhas contra piratas, sereias deslumbrantes e fadas que nascem do riso de um bebê. Fico feliz por ter finalmente conhecido Peter Pan.
Para além da aventura e dos cenários fantásticos da Terra do Nunca, Peter Pan também nos faz refletir sobre o que significa crescer, as responsabilidades que acumulamos e o quanto essas mudanças podem silenciar aquela alegria espontânea e despreocupada da infância. Cada personagem carrega em si essa dualidade: um desejo de liberdade, de viver eternamente no mundo das brincadeiras e uma saudade do lar, da segurança e do cuidado que deixaram para trás. Peter personifica o desejo de liberdade e a recusa em ceder aos laços que amadurecer implica, enquanto Wendy e seus irmãos simbolizam essa passagem entre o encantamento infantil e a inevitável realidade adulta.
Estou feliz por ter conhecido Peter Pan, escrito pelo autor escocês Sir James Matthew Barrie. A obra, que se tornou um clássico da literatura infantil e juvenil, foi publicada pela primeira vez em 1911, como romance, embora tenha começado como uma peça teatral em 1904.
Escolhi a tradução de Ana Maria Machado e adorei as ilustrações de Fernando Vicente. É um livro que ficará para sempre na minha memória. Trata-se de uma obra para ficar no consciente eternamente.
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