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Jorge Amado e Zélia Gattai

Foto do escritor: Revista Só LetrandoRevista Só Letrando

Atualizado: 14 de jun. de 2021

por Ana Clara Brito



Com certeza você já ouviu falar de Jorge Amado, escritor baiano de Capitães da areia, Dona flor e seus dois maridos e muitos outros. Era casado com a escritora Zélia Gattai, mas, preferia ser chamada de memorialista.

Zélia foi muito mais do que a esposa do renomado escritor. A paulistana que nasceu na Alameda Santos, filha de pais anarquistas, escreveu a pedido de sua filha Paloma Amado a história de sua mãe, que comprou um disco de serenata do compositor austríaco Franz Schubert, anedota essa que acabou ganhando mais aventuras de sua infância e se transformou em seu primeiro livro Anarquistas que, graças a Deus se tornou, anos depois, uma minissérie na rede globo.

Em janeiro de 1945, conheceu Jorge Amado, durante o 10° Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo. Ela já o admirava desde que lera pela primeira vez um livro seu, Cacau (1933). Ele logo a pediu em casamento, ou melhor, um casamento sem juiz nem certidão, pois, naquela época as leis do Brasil não permitiam o divórcio. Ela foi casada pela primeira vez com o intelectual e tesoureiro do Partido Comunista, Aldo Veiga, com quem teve seu primeiro filho, Luiz Carlos. Enquanto, ele foi casado com Matilde Garcia Rosa, seu primeiro amor, com quem teve sua primeira filha, Lila.

Indo contra a valorização dos bons costumes da época, Zélia, deixou Luiz Carlos com sua irmã Wanda para acompanhar seu grande amor pelo mundo. Vivendo na Europa durante o exílio do escritor, após a cassação de seu mandato de deputado federal pelo (PCB), Partido Comunista Brasileiro no governo Dutra, datilografava os originais do escritor, enquanto tomava conta de João Jorge, seu primeiro filho com Jorge.

Em 1956, o casal voltou ao Brasil fixando residência no Rio de Janeiro, mas, logo se mudaram para a Casa do Rio Vermelho em Salvador, onde viveram por 40 anos. Durante a vida, Zélia publicou nove livros de memórias, três infantis, um romance e uma foto biografia. Com seus livros, me vi rindo sozinha, ficando apreensiva e muitas vezes chorando ao acompanhar o casal amado. Jorge e Zélia são a tradução do amor.

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