por Lissa Tanaka

Publicado em 1954 e considerado uma distopia, assim como as famosas “Admirável Mundo Novo” e “1984”, a obra Senhor das Moscas, de William Golding, poeta e dramaturgo inglês e vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1984, relata a história de um grupo de meninos encalhados em uma ilha deserta após um acidente de avião. Sem muitos spoilers, pois o motivo desse texto é para que quem ainda não leu sinta a curiosidade de apreciar essa leitura intrigante e repleta de alegorias, deixarei aqui alguns motivos para que considerem adquirir essa obra clássica de William Golding.
Mesmo que inicialmente pareça uma obra repleta de aventuras em um lugar desconhecido, exótico e um relato de sobrevivência nesse ambiente hostil, a obra de William Golding é muito mais do que uma simples aventura, o autor utiliza da alegoria como recurso para a sua narrativa, colocando um significado em cada personagem, quase como uma ideia. Ralph, por exemplo, um dos meninos perdidos na ilha, é fisicamente atraente e forte, o mais velho entre as crianças e popular, simbolizando a civilização e a ordem.
Este é apenas um exemplo do recurso da alegoria utilizado pelo autor. Além disso, é importante destacar também alguns temas essenciais abordados na obra, como o bem vs mal e ilusão vs realidade. “Estou com medo. Da gente”, essa frase da obra de William Golding representa a essência desse romance, já que trata a respeito da natureza humana, a violência que é intrínseca aos seres humanos e às crianças naquela ilha, que mesmos sendo livres, sem a presença de uma sociedade para corrompê-los, o mal ainda vêm a tona, tornando-os extremamente agressivos.
O questionamento que deve ser colocado nessa obra é: O homem nasce bom?
E é com essa indagação que gostaria de fechar esse pequeno texto e aconselhar que leiam essa obra tão atual, considerando os problemas do século XXI, como fake news, ódio e violência, para que cada um tire suas próprias conclusões.
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