Um comentário de Ivan Marinho, Presidente da Liga Acadêmica de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie
por Ivan Marinho
As várias correntes literárias se definem por alguma palavra ou algum “motivo condutor” que constrói suas perspectivas estéticas. Talvez não seja possível definir com uma palavra ou um leitmotiv específico a literatura contemporânea, extremamente diversa e que tenta, na medida do possível ou do impossível, abarcar todas as questões do homem pós-moderno.
Diferentes formas de intercâmbio de gêneros e tipos textuais, um movimento intermidiático e interartístico cada vez mais complexo, a construção de literaturas de resistência e o estabelecimento de vozes e de autores que representam as minorias do mundo são alguns dos temas que perpassam essa literatura que, vivendo a profissionalização do autor, do crítico, do próprio leitor e inúmeras revoluções editoriais, possibilita a criação de variadíssimas estéticas e de muitos conflitos.
A distopia, por exemplo, se mostra como um grande topus, uma grande resolução para a literatura contemporânea. O mundo caótico, ao revés, sem salvação nunca se tornou tão próximo do mundo real. Sendo a aproximação acurada ou não, só a literatura contemporânea é capaz de nos fazer refletir – sociológica, filosófica e epistemológica – sobre esse mundo que tampouco conseguimos definir.
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