A visão de um calouro e a de um veterano
por Ana Clara
Lembro-me de uma menina insegura correndo a Veridiana na Santa Cecília com medo de chegar atrasada no primeiro dia. Ao passar pelo portão da Rua Itambé, me deparo com o Auditório Ruy Barbosa. Foi a partir daí que vi que era uma nova etapa em minha vida, era um mundo completamente diferente em comparação ao meu último ano do ensino médio. A única coisa que eu sabia do curso de letras era que tínhamos literatura e que futuramente a licenciatura era o único campo de trabalho. O quanto não mudamos em apenas quatro anos? Hoje, no 6º semestre vejo que eu estava totalmente equivocada, fiz o famoso biquinho para falar Saussure na linguística, analisei os metaplasmos de todas as músicas que pude, meu caderno de língua inglesa do terceiro semestre é cheio de árvores e até hoje me pergunto qual é a minha cosmovisão. E principalmente, vi que Letras é muito mais que licenciatura. A Revista Só-Letrando entrevistou a Laura, aluna do primeiro semestre e a Fátima do oitavo semestre da Universidade Presbiteriana Mackenzie. E elas contam um pouquinho da experiência e do aprendizado da graduação.
Por que você escolheu o curso de letras?
L: Escolhi o curso de letras do nada. Eu consegui um emprego de professora de inglês, mas foi só pra ganhar um dinheiro, e a cada dia me apaixonava, e me apaixono, mais! Até que nenhuma outra profissão fazia sentido, só essa...
F: Porque eu queria estudar tudo o que pudesse sobre literatura e línguas, principalmente literatura.
Qual o conselho que você daria para a aluna do primeiro semestre?
F: Leve os estudos a sério e as provas também, além dos eventos e tudo mais. É divertido ter festa e tudo, mas é sempre bom lembrar que faculdade é para aprender, então procure aprender o máximo que conseguir.
Como você se imagina no 8º semestre?
L: Eu quero muito fazer pesquisa, mestrado quando acabar a faculdade, então no último semestre eu quero estar encaminhada no tema. Eu sou louca por literatura, então quero ter lido e entendido as obras mais importantes, do Brasil e do mundo.
Como você se imaginava no 8º semestre no início da graduação?
F: Imaginava que estaria pirando, correndo com os livros do TCC...Nunca imaginei que estaria trancada em casa me virando com o que dá.
O que você falaria para você no seu primeiro dia do Mackenzie?
L: Respira fundo e se organiza melhor, porque trabalho e faculdade não são fáceis e precisa ter tempo para fazer tudo!
F: Evite se preocupar com prazos, os professores sabem entender as dificuldades e imprevistos da vida.·.
Qual era a visão que você tinha de Letras no ensino médio e agora no primeiro semestre?
L: Pra falar a verdade, no meu ensino médio Letras não era nem uma opção... Apesar de várias pessoas na minha família estarem na área, eu nunca considerei fazer essa faculdade, era só um curso para gente doida que não queria ganhar o suficiente e não ser valorizado.Precisei passar pela experiência para realmente entender a profundidade da educação.
Qual era a visão que você tinha de Letras no primeiro semestre? E agora no oitavo semestre?
F: Uma visão mais utópica antes e quase chegando nessa utopia agora. Acho que eu só tive surpresas ótimas e quero estudar tudo que puder nessa área abrangente para sempre.
Onde você almeja trabalhar na área?
L: Quero continuar sendo professora, porém mudar de instituição. Apesar de amar minhas crianças (dou bastante aula para os pequenos no curso de inglês), eu quero me especializar e dar aula na faculdade... Provavelmente na literatura, porém há grandes chances de mudar de ideia em quatro anos!
F: Não pretendo trabalhar na área exatamente, mas sou escritora com livros publicados já.

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