por Marianna Alvarez

Ao pensarmos em Arte Grega na Antiguidade, possuímos já uma ideia do que se espera, fruto de estereótipos culturais criados ao longo do tempo. Porém, muito do que é conhecido desse período artístico é, em realidade, resultado de cópias romanas posteriores, tendo em vista que poucas estátuas chegaram aos tempos atuais com integridade suficiente. Além do desgaste do tempo e natureza, um motivo crucial para o aniquilamento das artes gregas foi a vitória do cristianismo, que resultou na destruição de obras e esculturas que representavam “Deuses pagãos”.
Um ponto a destacar é o fato de criarmos em nossa mente a ideia de uma estética do “Belo Grego”. Entretanto, com fontes limitadas para estudarmos esse período artístico (parte delas sendo por cópias de outras culturas, como a Romana) e com os interesses temáticos e estéticos da população grega variando bastante ao longo dos séculos, nosso “imaginário” criado ao pensarmos em Arte Grega se torna pouco fiel.
Um exemplo que marca essa dificuldade de conhecermos em sua integridade o corpus desse período cultural é a escultura em miniatura Athena Parthenos, uma cópia romana do original grego. A escultura representa a deusa Atena, uma das principais divindades do panteão grego.
A obra original era descrita como mais “grandiosa” que sua imitação. A versão grega do célebre escultor grego Fídias, foi feita em madeira, couro e marfim, possuía cerca de 12 metros de altura, enquanto sua cópia em mármore mede por volta de 1 metro. Infelizmente, existem poucas descrições detalhadas sobre a original, dependendo de alguns testemunhos oculares. Segundo relatos, o elmo da Deusa era extremamente decorado e seu escudo era pintado no interior e exterior, além dos olhos serem preenchidos por pedras preciosas. Outros detalhes ainda aparecem em diferentes descrições, mas as fontes literárias e iconográficas são contraditórias.
Todavia, nunca se descobriu o destino da obra original, dependendo de sua cópia romana e antigas descrições para estudar sobre Athenas Parthenos. A escultura original se localizava no centro do templo da Acrópole em Atenas, um local carregado de significado para os atenienses. Durante o século II d. C, a obra ainda foi retratada como estando em bom estado pelo geógrafo e viajante grego, Pausânias. Contudo, a situação da escultura foi se tornando cada vez mais desconhecida até que em certo momento ela, tristimente, desapareceu. A explicação para seu desaparecimento surge com inúmeras hipóteses, como argumentos de que foi destruída em um incêndio ou por um imperador cristão. Entretanto, nada é completamente afirmado pelos pesquisadores.
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